Tecido cardíaco envelhece mais rápido no espaço.
Pesquisadores do Centro Médico Johns Hopkins conduziram um estudo inovador enviando tecido cardíaco humano à Estação Espacial Internacional (ISS) para examinar como a baixa gravidade afeta a saúde do coração.
Após 30 dias de observação, os pesquisadores detectaram mudanças notáveis no tecido cardíaco, oferecendo novas percepções sobre os potenciais riscos à saúde em viagens espaciais de longo prazo e abrindo portas para novos tratamentos para doenças cardíacas.
Liderado pelo professor Deok-Ho Kim, a equipe projetou tecido cardíaco a partir de células-tronco humanas, colocando-o em pequenos chips projetados para replicar o ambiente do coração.
Esses tecidos foram lançados para a ISS em março de 2020 a bordo da missão SpaceX CRS-20. Em órbita, o tecido cardíaco foi monitorado de perto, e amostras foram coletadas para análise posterior.
Os resultados foram inesperados: o tecido cardíaco no espaço exibiu uma capacidade significativamente diminuída de contração e apresentou padrões irregulares de batimentos cardíacos. Além disso, foram observadas mudanças moleculares e genéticas semelhantes às associadas ao envelhecimento.
Essas descobertas sugerem que a exposição prolongada à baixa gravidade pode ter efeitos sérios no coração, o que deve ser considerado ao planejar missões espaciais estendidas, como futuras viagens a Marte. Além disso, essas mudanças podem contribuir para o desenvolvimento de novos tratamentos para doenças cardíacas, tanto no espaço quanto na Terra.
A equipe do professor Kim está agora testando vários medicamentos em tecido cardíaco no espaço para determinar se eles podem mitigar os efeitos negativos da baixa gravidade. Eles também estão refinando sua tecnologia de chip de tecido e investigando o impacto da radiação espacial no tecido cardíaco.
As descobertas foram publicadas no Proceedings of the National Academy of Sciences.