Relatório: Ucrânia pode construir 'bombas nucleares' de plutônio em alguns meses se Trump interromper a ajuda militar.
Um documento informativo preparado pelo Ministério da Defesa da Ucrânia revelou recentemente que Kiev tem recursos de plutônio que permitiriam a eles construir centenas de explosivos rudimentares em meses. Essas "bombas sujas" são semelhantes às primeiras armas atômicas lançadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, Japão, em 1945.
O relatório indica que esse curso de ação poderá ser acionado se o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, retirar a ajuda militar à Ucrânia.
De acordo com o artigo, Kiev ainda controla nove reatores operacionais e tem "experiência significativa em como construir armas", apesar de ter desistido de seu arsenal nuclear em 1996. Oleksii Yizhak, chefe do departamento do Instituto Nacional de Estudos Estratégicos da Ucrânia e autor do artigo, afirmou que eles poderiam extrair plutônio de suas barras de combustível usadas em usinas nucleares para criar um arsenal significativo de ogivas sujas.
"A quantidade de material é suficiente para centenas de ogivas com um rendimento tático de vários quilotons", disse Yizhak, acrescentando que elas também seriam suficientes para destruir uma base aérea russa inteira ou instalações militares, industriais ou logísticas concentradas.
No mês passado, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse a Trump que Kiev buscará armas nucleares para defesa se não conseguir entrar na OTAN.
"O resultado é que ou a Ucrânia será uma potência nuclear – e essa será nossa proteção – ou deveríamos ter algum tipo de aliança. Além da OTAN, hoje não conhecemos nenhuma aliança efetiva", disse Zelensky em ucraniano enquanto falava ao Conselho Europeu em Bruxelas. "Acredito que ele me ouviu", disse o líder ucraniano sobre Trump.
Zelensky esclareceu mais tarde que quis dizer que não havia garantia de segurança alternativa e Kiev negou que esteja considerando construir uma bomba nuclear.
Enquanto isso, Trump prometeu notoriamente acabar com a guerra Rússia-Ucrânia um dia após se tornar presidente. Ele se encontrou com Zelensky antes das eleições presidenciais dos EUA e garantiu seu "muito bom relacionamento" com o presidente russo Vladimir Putin.
Ele também disse que a invasão nunca teria acontecido se ele estivesse na Casa Branca e criticou o nível de apoio do presidente Joe Biden à Ucrânia.
Na semana passada, surgiu que Trump poderia propor uma zona desmilitarizada de 800 milhas entre a Rússia e a Ucrânia como parte de um plano para acabar com a guerra. Os planos, que foram delineados por três funcionários de Trump, envolveriam a zona sendo policiada por tropas britânicas e europeias.
Segundo os planos, os EUA também armariam a Ucrânia para impedir a Rússia de reiniciar a guerra. No entanto, a responsabilidade por tripular e financiar a zona-tampão recairia somente sobre os aliados europeus da Ucrânia.
"Não queremos enviar homens e mulheres americanos para manter a paz na Ucrânia. Faça com que os poloneses, alemães, britânicos e franceses façam isso", disse Trump, segundo informações.
Kiev nega relatos de que construiria armas nucleares se Trump cortasse a ajuda
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia negou em 13 de novembro que desenvolveria armas de destruição em massa caso os EUA parassem de enviar ajuda militar ao país.
"A Ucrânia está comprometida com o TNP (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares); não possuímos, desenvolvemos ou pretendemos adquirir armas nucleares", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Heorhii Tykhyi, via X, antigo Twitter.
Ele disse que a Ucrânia trabalha em estreita colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e que é totalmente transparente em seu monitoramento, o que descarta o uso de materiais nucleares para fins militares.
Em meio a essas incertezas, os Estados Unidos anunciaram recentemente um pacote de ajuda militar de US$ 425 milhões para a Ucrânia. O pacote incluiria veículos blindados e armas antitanque.
Uma análise separada sugeriu perversamente que Trump simplesmente entregasse armas nucleares à Ucrânia para frustrar a Rússia de Putin de uma vez por todas.