Por que o Triângulo das Bermudas é considerado o “Buraco Negro” do planeta?
Várias histórias e mitos têm sido ouvidos de tempos em tempos sobre o misterioso Triângulo das Bermudas, que parece ser “responsável” pelos desaparecimentos de aviões, navios e pessoas.
O famoso triângulo está localizado na costa sudeste dos Estados Unidos, no Atlântico, e faz fronteira com Bermudas, Miami, Flórida e San Juan, Porto Rico, cobrindo uma área de 500.000 quilômetros quadrados.
Nos últimos 100 anos, o infame triângulo viu um número notável de estranhos desaparecimentos. Relatos falam de mais de 100 aeronaves e navios perdidos na área, com um saldo de 1.000 vidas humanas ceifadas.
A Guarda Costeira dos EUA continua afirmando que nada de estranho acontece no Triângulo das Bermudas.
Em 1975, Mary Margaret Fuller, editora da revista Fate, contatou a Lloyd's, sediada em Londres, para obter estatísticas sobre cobertura de seguro para acidentes na área comumente conhecida como Triângulo do Diabo.
De acordo com os registros da Lloyd's, 428 embarcações desapareceram da face da Terra nos vinte anos de 1955 a 1975. No entanto, a mesma empresa observou em seu memorando que a frequência de desaparecimentos de embarcações na área não era significativamente maior do que em outros lugares do planeta.
Gian J. Quasar, autor de “Into the Bermuda Triangle: Pursuing the Truth Behind the World's Greatest Mystery”, afirma que a Lloyd's não faz seguro para barcos pequenos, portanto não mantém registros de iates particulares e aeronaves pequenas. Em sua própria pesquisa, pressionando por 12 anos a Guarda Costeira dos EUA para revelar a ele os documentos de desaparecimentos na área, o número de embarcações declaradas perdidas chegava a 300 em apenas dois anos.
Quando e como se tornou “misterioso”
O mistério do Triângulo das Bermudas existe oficialmente nas crônicas e mentes das pessoas desde o primeiro caso de cinco aeronaves dos EUA desaparecidas na área que foi comunicado à imprensa em 1945. O mito do mistério foi alimentado pelo repórter EVW Jones, que compilou uma lista de “estranhos desaparecimentos” de navios e aeronaves na costa da Flórida e das Bermudas.
Dois anos depois, George X. Sand escreveu um artigo para a revista “Fate”, no qual descreveu escandalosamente uma série de mistérios marinhos na área, alimentando o mito recém-formado.
À medida que os desaparecimentos na área se acumulavam (ou apenas ganhavam mais publicidade), a reputação do Triângulo das Bermudas disparou, com naufrágios passados sendo analisados à luz do mito.
Em 1964, a “Argosy Magazine” deu ao triângulo seu nome famoso (“O Triângulo Mortal das Bermudas”, de Vincent Gaddis) e desde então sua lenda se tornou mais proeminente.
Com o passar do tempo, mais artigos, livros, filmes e “estudos” apareceram, adicionando combustível ao fogo do mito e embelezando-o com teorias imaginativas, desde abduções alienígenas até polvos gigantes.
Os desaparecimentos mais famosos
O navio “Ciclope” – 1918
Durante a Primeira Guerra Mundial, o USS Cyclops foi comissionado em 9 de janeiro de 1918 para navegar até o Brasil e reabastecer os navios britânicos que navegavam no Atlântico Sul. O navio, retornando do Rio de Janeiro em 16 de fevereiro, fez uma curta parada nas Ilhas Barbados em 3 e 4 de março. Desde então, ninguém mais ouviu falar dele. Seus 306 passageiros desapareceram de uma vez por todas.
O voo 19 – 1945
A história de desaparecimento mais famosa do Triângulo das Bermudas inclui 5 aeronaves da Marinha dos EUA que sumiram misteriosamente em 1945.
O resumo da história é o seguinte: um dia de verão, em uma patrulha de rotina, 5 pilotos experientes começaram a enviar sinais de que estavam perdidos, suas bússolas não estavam funcionando “tudo estava dando errado”. Foi a última vez que eles deram sinais de vida.
O voo NC-16002 – 1948
Em 28 de dezembro de 1948, o capitão Robert Lindquist do voo NC-16002 copilotou seu avião de passageiros de San Juan, Porto Rico, para Miami, Flórida. Aproximando-se de Miami, ele pediu permissão à torre de controle para pousar, mas a torre não respondeu. O avião nunca chegou ao seu destino e ninguém o viu desde então.
A “Rainha do Enxofre” – 1963
O SS Marine Sulfur Queen era um petroleiro que transportava 15.000 toneladas de enxofre de Beaumont, Texas para Norfolk, Virgínia. A última comunicação com o navio ocorreu em 3 de fevereiro de 1963, com o capitão relatando informações de rotina. O navio nunca chegaria ao seu destino, e a Guarda Costeira que veio atrás dele somente conseguiu encontrar um bote salva-vidas.
Aeronave 680 – 1965
Em uma noite clara em 1965, a experiente tripulação da aeronave da Força Aérea dos EUA (440th Combat Wing) estava viajando de Milwaukee para as Bahamas. Nada perturbador foi relatado entre o piloto e a comunicação da torre de controle, no entanto, a aeronave se perderia nos céus e nunca chegaria às Bahamas. Nenhuma explicação foi dada para o desaparecimento da aeronave 680.