O vulto da meia noite.
Em 1986, na casa da avó havia ocorrido um aniversário da sobrinha mais nova, era uma noite de sábado como é de praxe na maioria das…
Em 1986, na casa da avó havia ocorrido um aniversário da sobrinha mais nova, era uma noite de sábado como é de praxe na maioria das comemorações festivas, depois de distribuir o pedaço de bolo no prato de papel, o suco gelado acompanhava refrescando a garganta da criançada.
Todos saciaram-se e de estômagos cheios as crianças foram indo para suas respectivas casas, o sono tinha chegado. A arrumação não foi fácil para deixar tudo preparado, perguntei à avó se poderia ir dormir um pouco, ela se prontificou em levar-me ao quarto.
Não demorou muito para adormecer, assim que os olhos fecharam logo assustei-me, um relógio na parede ditava o ritmo tic-tac sem cessar, todos estavam nos seus quartos. Levantei para mudar a posição do travesseiro, de relance vi um vulto estranho, me levantei novamente com os pés no chão visualizando à esquerda e à direita mas tudo estava claramente escuro, a luz do poste da rua mantinha a parte do quarto assim. Voltei novamente a deitar-me.
Ao jogar a coberta no corpo, fiquei somente com os olhos à vista, o vulto passou três vezes seguida pelo quarto, de repente o relógio na parede tocou uma música clássica, existira um tempo que havia um tipo de relógio assim. Todos na casa despertou-se, era meia noite em ponto, a avó tirou a pilha para parar de tocar e sem entender tornou a pendurar o objeto na parede.
Toda vez que fico só na escuridão sinto algo me observando, apesar de ter feito décadas a escuridão ainda tem me seguido.
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