Necropants e outras histórias de paganismo e feitiçaria islandesa do século XVII.
O cristianismo foi de fundamental importância para que muitos povos aprendessem a serem civilizados, uma das histórias horrendas do paganismo antes da Islândia ser civilizada nos preceitos cristãos era o Necropants.
O Museu de Feitiçaria e Bruxaria da Islândia abriga o único par intacto de necropants conhecido, um item além de perturbador, popularmente era usado para fins de magia tradicional na Islândia do século XVII.
“Para fazer necropants (literalmente; nábrók), era preciso obter permissão de um homem vivo para usar a pele após sua morte. Depois de ser enterrado, era preciso desenterrar o corpo e esfolar a pele do cadáver inteiro, da cintura para baixo.”
A ISLÂNDIA NO SÉCULO XVII não era a melhor época ou lugar para se estar vivo. Confrontados com desastres naturais, constantes ataques de piratas costeiros e um sistema de classes esmagador que deixou todos, exceto os cidadãos mais ricos a viverem em cabanas de pedras, os camponeses islandeses da época levavam uma vida difícil. Como acontece frequentemente em situações em que a esperança era escassa e a educação ainda mais, muitas pessoas recorreram à bruxaria como último recurso para melhorar as suas vidas miseráveis.
É claro que a prática não era mais aceita na Islândia do século XVII, e vários acusados foram queimados na fogueira. Curiosamente, a maioria das vítimas da caça às bruxas na Islândia eram homens, ao contrário das vítimas esmagadoramente femininas noutras partes do mundo. As magias naturalistas da época geralmente prometiam resultados pragmáticos – como o controle do clima – embora outras tivessem efeitos mais esotéricos, embora ainda úteis – como a invisibilidade.
No entanto, a característica definidora de grande parte da feitiçaria islandesa são os próprios rituais estranhamente específicos e elaborados, que muitas vezes exigiam algum dízimo corporal ou sacrifício horrível. Embora muitos dos trabalhos mais insanos provavelmente não passassem de folclore, mesmo em sua época, e nunca tenham sido realmente tentados, eles ainda constituem algumas das janelas fascinantemente sombrias para a cultura da época. Um dos exemplos mais malucos é o feitiço para invocar uma criatura chamada “tilberi”, uma cobra de duas cabeças que ajudava as pessoas a roubar leite de cabra.
Dizia-se que o tilberi era envocado numa costela de um cadáver recentemente enterrado e depois era envolvido num osso com lã cinzenta (também roubada, de preferência das ovelhas de uma viúva). Esse totem macabro deveria então ser mantido entre os seios de uma mulher, durante o qual ela deveria cuspir seu pão ou hóstia de comunhão durante três domingos, e alimentá-lo, a criatura lentamente cresceria.
Uma vez que esta criatura atingisse a maturidade, ela fugiria para a terra de um vizinho e sugaria o leite de suas cabras até ficar tão cheia que voltaria para a casa de seu criador para expelir o leite roubado.
Ainda mais macabro do que o tilberi é a lenda dos “nábrók” ou “necropants”.
Uma vez que as “necropants” tenham sido criados, o conjurador deve vestir as calças feitas de pele humana. O ritual exige que o feiticeiro roube uma moeda de uma viúva desamparada, e a coloque no escroto vazio das calças junto com o símbolo mágico islandes, Nábrókarstafu, escrita num pedaço de pergaminho.
As calças logo se tornariam indistinguíveis do corpo do usuário e, enquanto a moeda original não fosse removida, o escroto continuaria a se encher milagrosamente de moedas pelo resto do tempo.