Inclusão não pode servir de pretexto para que as mulheres sejam injustiçadas.
O que estamos vendo são mulheres perdendo espaço para os transexuais em competições esportivas, tudo em nome da "inclusão".
A boxeadora Angela Carini após desistir de continuar a luta contra oponente intersexual Imane Khelif. (Captura de Tela/YouTube/BBC)
O caso da lutadora italiana Angela Carini, que abandonou uma luta de boxe aos 46 segundos contra a intersexual Imane Khelif, chamou a atenção do mundo sobre a participação de transexuais em competições femininas, algo que os ativistas LGBT+ buscam justificar sob a alegação de "inclusão".
Não vou entrar no mérito de Khelif, em si, pois diante da atual polêmica uma série de informações desencontradas passou a surgir nas mídias. O que venho deixar claro, porém, é que o conceito de inclusão foi instrumentalizado pelo ativismo ideológico LGBT+, e hoje vem sendo utilizado não para incluir, de fato, mas para privilegiar um determinado grupo.
De modo geral, o que estamos vendo são mulheres perdendo espaço para os transexuais em competições esportivas, tudo em nome da "inclusão". Acontece que esse conceito perde completamente o sentido quando se trata do mundo esportivo, onde o mérito e a disputa justa definem as regras do jogo.
Se, por exemplo, numa luta de boxe, um dos lutadores possui maior força devido ao seu sexo (masculino, neste caso), não existe igualdade na disputa, consequentemente a inclusão de um, se torna a exclusão do outro. Quem é desfavorecido é o excluído, já que as condições para uma competição justa deixam de existir.
Isto posto, penso que pessoas transexuais merecem, sim, ter espaço no esporte, desde que essa participação não implique em prejuízo para as mulheres. Se é para incluir, que criem categorias específicas, talvez. Não se trata de discriminação, mas de justiça! Se trata, isto sim, de reconhecimento da realidade, já que no mundo esportivo quem se impõe é a biologia, e não a ideologia.
Que sejamos sensatos, portanto, para admitir isso com plena naturalidade, pois o que está em jogo, literalmente, não são questões políticas ou culturais, mas fatos objetivos que partem de diferenças físicas determinadas pela genética. Esse é o "X" do debate, e é por ele que devemos nos guiar se quisermos realmente tratar de inclusão com honestidade.
Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".
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