Desapareceu sem deixar vestígios: mistério de William e Margaret Patterson.
Num dia ameno de março de 1957, William e Margaret Patterson, um casal abastado de El Paso, Texas, desapareceram sem deixar vestígios, deixando para trás o seu movimentado negócio fotográfico, um gato de estimação e um rastro de perguntas sem resposta.
Muitas décadas se passaram, o seu desaparecimento continua a ser um dos mistérios não resolvidos mais desconcertantes da história americana. “O que torna este caso tão único são as circunstâncias que o cercaram na época”, disse o sargento James Belknap, do Gabinete do Xerife de El Paso. “Os Pattersons desapareceram e naquela época não se sabia se eles haviam cometido algum tipo de crime ou se apenas decidiram que iriam deixar El Paso.”
Uma vida tranquila em El Paso
William Durrell Patterson, conhecido como Bill, era um empresário de sucesso dono da Patterson Photo Supply, uma próspera empresa fotográfica. “Na época, [William Patterson] era muito rico na comunidade. Seu negócio ia bem, sua esposa era dona de casa e eles viajavam muito”, disse Belknap.
Sua esposa, Margaret, era igualmente bem vista na comunidade, muitas vezes descrita como uma mulher reservada, mas agradável. Os Pattersons viveram uma vida confortável em uma casa modesta, mas bem cuidada, em Piedmont Drive, aproveitando os frutos de seu trabalho árduo e dedicação. De acordo com amigos e conhecidos, havia pouco que sugerisse que os Pattersons fossem tudo menos um casal típico e contente. Eles não tinham filhos e levavam uma vida social relativamente tranquila, preferindo ficar isolados. No entanto, sob esse verniz de normalidade, algo mais sombrio parecia ter se formando.
Ninguém sabe ao certo se os Pattersons estão mortos
O desaparecimento repentino
Na noite de 5 de março de 1957, os Pattersons compareceram a uma festa na casa de Cecil Ward, um sócio comercial. Eles pareciam de bom humor, sem mostrar sinais de angústia ou problemas iminentes. Na manhã seguinte, a vizinha, a Sra. Mary McDonald, percebeu que o carro do casal, um Cadillac 1956, havia sumido. Ela não se importou muito com isso na época, presumindo que eles tivessem viajado. À medida que os dias se transformavam em semanas, a preocupação crescia. O gato do casal foi encontrado faminto e desacompanhado, e seu negócio permaneceu fechado. Amigos e associados começaram a se preocupar. Tom Hanley, funcionário da Patterson Photo Supply, foi um dos primeiros a dar o alarme. “Era incomum deles simplesmente irem embora sem dizer nada, especialmente no que diz respeito aos negócios”, lembrou Hanley em uma entrevista.
A polícia de El Paso logo foi chamada para investigar. Dentro da casa dos Pattersons, eles não encontraram sinais de luta. Os pertences pessoais, incluindo as joias caras de Margaret e o equipamento fotográfico de William, permaneceram intocados. O único indício de sua partida repentina foi um bilhete deixado para a governanta, pedindo-lhe que cuidasse das coisas na ausência deles – um bilhete que parecia estranhamente indiferente dadas as circunstâncias. “Porque ninguém sabe o que aconteceu com eles, e esses rumores e teorias, à medida que continuam, como qualquer outra coisa, só crescem e crescem”, disse Belknap.
Teorias e Especulações
A investigação inicial rendeu poucas pistas. A polícia descobriu que o casal havia retirado uma quantia significativa de dinheiro de suas contas bancárias pouco antes de seu desaparecimento, levando alguns a especular que eles haviam saído voluntariamente. No entanto, com o passar do tempo, surgiram teorias mais sombrias.
Uma teoria predominante sugeria que os Pattersons entraram em conflito com elementos criminosos. El Paso, situada na fronteira com o México, era um conhecido centro de contrabando e crime organizado. Alguns especularam que William Patterson, um empresário astuto, poderia estar envolvido em atividades ilícitas ou devia dinheiro às pessoas erradas.
Outra teoria propunha que o casal tivesse sido vítima de crime. Amigos e conhecidos relataram ter visto estranhos vagando pela residência dos Patterson nas semanas que antecederam seu desaparecimento. Uma testemunha, que desejou permanecer anônima, afirmou ter visto um homem de terno escuro entrando na casa dos Patterson na noite em que desapareceram.
Depois houve o curioso caso do Cadillac. Meses depois do desaparecimento dos Pattersons, o carro foi encontrado abandonado em um estacionamento perto de Dallas, Texas. Apesar dos exames forenses completos, nenhuma evidência foi descoberta que pudesse esclarecer o destino do casal. Belknap disse que as teorias não atrapalhavam necessariamente a investigação, mas a idade do caso traz desafios. “Muitas pessoas, infelizmente, já faleceram, estariam nesta época na casa dos 80 e 90 anos”, disse Belknap. “Isso dificulta quaisquer possíveis pistas que possam ser fornecidas e que ainda não tenham sido investigadas.”
Uma busca por respostas
Com o passar dos anos, o caso foi esfriando. No entanto, nunca desapareceu totalmente da memória pública. Na década de 1980, um interesse renovado no caso levou à formação de uma força-tarefa dedicada a reexaminar as provas.
O sargento Jim Clark, um investigador experiente, assumiu o comando da nova investigação. “Este caso tem assombrado este departamento há décadas”, disse Clark em entrevista coletiva. “Devemos aos Patterson e seus parentes descobrir o que realmente aconteceu.” A força-tarefa descobriu detalhes anteriormente esquecidos. Por exemplo, um associado de William apresentou informações sobre uma viagem de negócios secretos ao México, que William havia mencionado pouco antes de seu desaparecimento.
Esta revelação acrescentou uma nova camada de complexidade ao caso, sugerindo que o casal poderia ter deixado o país voluntariamente, apenas para encontrar o infortúnio. Apesar dos esforços exaustivos, o destino de William e Margaret Patterson permanece sem solução.
A CBS4 conversou com Belknap em 2017 sobre o caso Patterson e o departamento disse que não houve novas pistas, mas o departamento continua investigando. “Esses tipos de casos, assim como os casos de homicídio, permanecerão abertos indefinidamente”, disse Belknap. “Assim como qualquer outro investigador de crimes graves, você fará a devida diligência e prosseguirá com isso ou chegará a um ponto em que poderá eliminar isso como qualquer tipo de possibilidade.”