Baphomet: Um estranho objeto adorado pelos Templários e a acusação fatal da igreja.

Em 1307, os Cavaleiros Templários foram acusados ​​de idolatria, de acordo com documentos do tribunal, eles adoravam a misteriosa cabeça de Baphomet, vários Templários foram queimados vivos na fogueira da Inquisição.

Uma das imagens mais populares de Baphomet é a imagem descrita em 1897 no livro do francês Eliphas Levi “Dogma e Ritual de Alta Magia”. Nas páginas da obra do ocultista Levi, Baphomet é uma criatura bissexual com cabeça de cabra, cascos e um par de asas. 

Eliphas Levi foi um dos primeiros a comparar a imagem de Baphomet com a imagem do diabo. Posteriormente, algumas seitas satânicas tomaram o Baphomet de Levi como um símbolo de sua organização.

Vale destacar que a criatura de Eliphas Levi foi o resultado da combinação de algumas mitologias, mas a cultura popular foi além, cruzando por sua vez Baphomet com personagens semelhantes como faunos, sátiros e até mesmo o Minotauro. 

Em 2014-15, o personagem de Eliphas Levi fez muito barulho quando o Templo Satânico nos Estados Unidos começou a coletar – e arrecadou – dinheiro para a construção de uma estátua de Baphomet. Como resultado, foi erguida uma escultura de bronze de quase três metros de altura que foi instalada em Detroit em julho de 2015. É quase completamente idêntica à imagem de Levi. Diferenças significativas são a ausência de um seio feminino, uma estrela invertida atrás e duas crianças nas laterais da figura.

Processo estranho

Entre as muitas acusações contra os Cavaleiros Templários, a principal era a acusação de idolatria, ou seja, a adoração da cabeça de Baphomet. Guillaume de Arblais, um esmoler da corte real, alegou ter visto a cabeça pelo menos duas vezes. 

“Parece-me que é feito de madeira, banhado a prata e dourado por fora. Acho que tem uma algo que parece uma barba branca”, disse de Arblais em documentos judiciais. 

O cavaleiro Bartolomeo Bossier descreveu Baphomet como a cabeça barbada de um Templário com um boné. Hugo de Peyrot, o examinador da ordem, disse que “a cabeça tinha quatro pernas: duas na frente e duas atrás”.

Além disso, muitas coisas trazidas pelos Templários do Oriente foram apresentadas à corte como evidência da culpa dos cavaleiros. Entre elas, o guardião Guillaume Pisdoé destacou uma cabeça feminina de prata coberta com douramento. Mas essa evidência claramente não era a cabeça do terrível Baphomet. No entanto, a Inquisição não encontrou mais nada na casa da Ordem.

De onde veio Baphomet?

Muito antes do julgamento dos Templários, a palavra “Baphomet” foi mencionada em uma carta de um dos cavaleiros, Ricolo Banomen. Durante uma cruzada, ele reclamou com sua família sobre os fracassos. 

“Baphomet está com força total e ajudando os berberes”, relatou Ricolo.

O nome “Baphomet” também é encontrado na obra dos trovadores franceses. Um cantor muito popular daquela época, Gavautan, escreveu em seu poema:

“Eles clamavam em voz alta por Baphomet, e nós orávamos silenciosamente em nossos corações a Deus.”

De acordo com o estudioso francês Silvestre de Sacy, o uso da palavra “Baphomet” nesses contextos indica claramente que não passa de um nome distorcido de Maomé. Como você sabe, os berberes eram muçulmanos, e foi por meio deles que os cavaleiros puderam ouvir sobre Maomé.

O pesquisador britânico do ocultismo, Montague Summers, acredita que o nome “Baphomet” vem da fusão de duas palavras gregas “baphe” e “metis” e significa “batismo de sabedoria”.

A Igreja interpretou a palavra Baphomet como um símbolo do Diabo após o surgimento de uma organização chamada “Igreja de Satanás”, que tomou a palavra Baphomet como seu símbolo. 

A própria imagem do focinho de uma cabra inscrita em um pentagrama, originalmente não era chamado de Baphomet; provavelmente LaVey deu esse nome a este símbolo.

Alguns estudiosos acreditam que a palavra “Baphomet” não deve ser lida da esquerda para a direita, mas da direita para a esquerda. É então que o verdadeiro significado deste nome é revelado. “Temohpab” – um acrônimo para as primeiras letras da seguinte palavra: “Templi omnium hominum pacis abbas”, que corresponde ao latim: “Abade do Templo da Paz de Todos os Povos”.

Quem precisava de Baphomet?

Devido ao fato de que os Cavaleiros Templários eram uma das organizações mais ricas e influentes da época, muitos estudiosos concordam que o Rei Filipe IV da França e o clero simplesmente inventaram Baphomet e acusaram os cavaleiros de adorar a estátua. Assim, as autoridades e a igreja eliminaram seus concorrentes, talvez tomando posse de alguma parte da riqueza dos cavaleiros. 

Alternativamente, é bem possível que o Rei Filipe e o Papa Clemente tenham descoberto uma conspiração de uma sociedade secreta de globalistas da época que, agindo por meio dos Templários, alcançou um poder incrível.

A acusação forjada também é evidenciada pelos depoimentos confusos de testemunhas, obtidos, possivelmente por meio de tortura, e pela falta de evidências materiais no caso.