Atormentado Pela Cobra de Asas, o Velho Dragão, o Demônio.
O pequeno lápis escorregara da fina e suada mão, horas escrevendo formara bolhas entre os dedos, o despertar do sino fez-me levantar da…

O pequeno lápis escorregara da fina e suada mão, horas escrevendo formara bolhas entre os dedos, o despertar do sino fez-me levantar da velha e desgastada cadeira, pontualmente atravessei o corredor, entretanto, subitamente virei-me encarando os alunos correndo e gritando freneticamente.
Levantei o rosto visualizando o forte vento espalhando as nuvens negras, os alunos esconderam-se amontoando-se nas salas, fiquei parado observando as luzes entre as nuvens escuras, o coração palpitando de medo e angústia paralisou minhas velhas pernas.
Agucei a audição e fixei o olhar numa coisa estranha voando especificamente na direção da torre de uma antiga igreja, o vulto assemelhava a uma gigante cobra com asas, porém não havia corpo, na realidade o seu corpo era pura fumaça.
Uma volumosa neblina fria soprava, movimentei-me inspirando e expirando calafrios, a cobra da escuridão não saía dos meus pensamentos, no silêncio subir os degraus da escada, de repente do céu ouvi o som das asas daquela criatura, desesperado pulei da escada e intensamente corri e corri.
Os professores e professoras agarraram-me, meus lábios escuro e olhos brancos assustaram a todos, salivava de maneira completamente esquisita, todo meu corpo se debatia, gritei, chorei e caí.
Hoje completa trinta anos morando neste hospício, quando alguns perguntam a respeito daquele dia, só recordo da queda. O livro, com certeza aquele livro foi a causa.