Astrônomos teriam descoberto um 'túnel interestelar' perto do nosso Sol.
Uma publicação recente no periódico Astronomy & Astrophysics revelou a presença de um túnel dentro da estrutura expansiva de gás quente conhecida como Bolha Quente Local, que se estende por centenas de anos-luz e envolve nosso sistema solar. Além disso, a pesquisa sugere uma possível ligação com uma bolha adjacente ainda maior.
Os dados abrangentes do telescópio eROSITA, o primeiro observatório de raios X totalmente fora da atmosfera da Terra, foram usados para criar um modelo tridimensional de todo o sistema da Bolha Quente Local. Este modelo confirmou muitas características antecipadas e também revelou outras novas.
O estudo sugere que esse túnel interestelar pode fazer parte de uma vasta rede de meios interestelares espalhados pela Via Láctea, formada pela energia emitida pelas estrelas.
A complexidade do estudo original é tal que até mesmo astrônomos profissionais podem ter dificuldade para compreendê-lo sem simplificação. Consequentemente, tentativas de simplificar as descobertas para um público mais amplo também têm sido desafiadoras, embora os conceitos possam ser explicados de forma simples.
A maior parte da Galáxia consiste no meio interestelar, composto de gás extremamente rarefeito. Os astrônomos, tendo estimado sua densidade aproximada, concluíram em meados do século XX que, apesar de sua escassez, o imenso volume desse meio contém uma quantidade significativa de matéria, que deve absorver raios X e outras formas de radiação.
No entanto, essa absorção não é observada na prática, levando à hipótese de bolhas vazias flutuando pela Galáxia como bolhas na água. Nosso Sol atualmente atravessa uma dessas bolhas, a Bolha Quente Local.
O telescópio eROSITA parece estar equipado com instrumentos avançados que não só mapearam a Bolha Quente Local efetivamente, mas também identificaram suas conexões com outras bolhas semelhantes. Consequentemente, obtivemos um modelo que se assemelha a “células nervosas” interconectadas, cada uma abrangendo 1000 anos-luz, em vez de meras “bolhas na água”.
Isso também pode sugerir que a galáxia é composta de uma rede interconectada inteira de bolhas quentes e túneis interestelares, um conceito sugerido em 1974, mas com escassas evidências encontradas desde então. Podemos agora estar perto de descobrir essa rede, o que pode, por sua vez, nos esclarecer sobre a história recente da nossa galáxia.
Primeiro, o conceito de superestrutura desafia a teoria predominante de que bolhas são criadas por explosões de supernovas. Se esse for o caso, a origem dessas bolhas se torna um mistério.
Em segundo lugar, a ideia de uma “teia”, semelhante aos portais para a dobra na ficção científica, tem um paralelo tangível na realidade. Não seria surpreendente se, com o tempo, descobríssemos que Nibiru emergiu de um túnel que atravessava estrelas.
Em terceiro lugar, se essas bolhas são análogas aos neurônios, que coletivamente formam um cérebro, isso sugere que nosso sistema solar pode ser semelhante ao núcleo ou mitocôndria de uma célula dentro de um cérebro tão vasto quanto a Galáxia. Com 100 bilhões de células no cérebro e um número igual de estrelas na Galáxia, cada uma cercada por uma bolha e ligada a outras bolhas, a comparação é intrigante.